quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Análise da flexão da coluna durante a remada no surf




O surf é um esporte praticado por milhares de pessoas, tendo posturas características como o constante flexão da coluna que devem ser tratadas com atenção por professores, técnicos e até mesmo pelos próprios atletas a fim de amenizar os riscos de lesão e garantir uma melhor performance.



A flexão demasiada da coluna durante a remada, comumente adotada para a prática do surf, é um dos principais fatores causadores de dores na região torácica e lombar da coluna de surfistas. Esta flexão demasiada da coluna gera um desequilíbrio do centro de gravidade, gerando sobrecargas em regiões mais sensíveis como as vértebras.

Alguns estudos, como o de Steinman (2003) identificou, através de avaliações radiográficas e de ressonâncias magnéticas, que de 100 atletas analisados, em todos havia sinais evidentes de degeneração dos discos intervertebrais, artrose e eventualmente hérnias de disco. Estes fatores foram atribuído principalmente pela postura da coluna durante a remada.

Um outro estudo de Base et al (2008) identificou através de questionários 112 lesões em apenas 32 atletas profissionais de surf.

Além disso, ainda de acordo com este autor, atualmente o surfe tem um expressivo número de praticantes no Brasil, com aproximadamente 2,7 milhões de surfistas. A Associação Internacional de Surf estima o impressionante número de 17 milhões de praticantes distribuídos por mais de 70 países e sua indústria move cerca de 2,5 milhões de dólares anuais (Base et al, 2008). E mesmo com essa demanda há poucos estudos científicos na literatura que se preocupem em caracterizar este esporte bem como para prevenção de lesões.



Sendo assim, este estudo teve como objetivo geral analisar a flexão da coluna em surfistas profissionais durante a remada no surf. Mais especificamente objetivou-se: a) caracterizar os sujeitos em termos de idade, massa corporal (kg), estatura (m) e tempo de prática; b) verificar o nível de flexão da coluna durante a remada.

A análise temporal demonstra que a maioria dos sujeitos permaneceu com uma flexão alta até a metade do teste, no entanto praticamente todos reduziram sua flexão no final, demonstrando cansaço e/ou fadiga da musculatura.

Para amenizar e prevenir os efeitos negativos que essa postura do surf pode acarretar, o atleta deve possuir um adequado fortalecimento da cintura pélvica, principalmente da região lombar e abdominal. Para isso é necessário o acompanhamento de uma equipe de profissionais, de áreas como educação física, fisioterapia e medicina para que esta prática não desencadeie processos lesivos nos atletas (STEINMAN, 2003; CUNHA, 2005).

Referências bibliográficas


BASE, LUIZ HENRIQUE et al. Lesões em surfistas profissionais. Rev Bras Med Esporte, Ago 2007, vol.13, nº 4, p. 251-253.


CUNHA, FÁBIO DA SILVA; UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA. A importância do treinamento físico para a prática do surf competitivo. 2005. 55 f. Universidade do Estado de Santa Catarina.


STEINMAN, Joel. Surf & saúde. Florianópolis: Ed. do Autor, 2003. 528 p.
Professor Rudy
Professor de Educação Física e Free Surfer
C.R.E.F 011912-G/SP

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